terça-feira, 25 de dezembro de 2007

O Natal é Cristão?

Por: Joaquim de Andrade


Devem os cristãos celebrar o Natal? Um bom número de seitas e novas igrejas que professam seguir a Cristo, insistem que o Natal é uma festa pagã o qual todos os verdadeiros cristãos devem afastar-se.Provavelmente a mais notável destas religiões são as Testemunhas de Jeová, que publicam ferroados ataques sobre a celebração do Natal ano após ano. No entanto, estes grupos não estão sós na sua condenação destes feriados religiosos mais populares.Muitos cristãos evangélicos também acreditam que o Natal é uma celebração pagã, vestindo “roupas cristãs”. Enquanto muitos cristãos marcam o Natal como um dia especial para adorar a Cristo e dar graças pela Sua entrada no mundo, eles rejeitam qualquer coisa que tenha a ver com Papai Noel, árvores de Natal, troca de presentes e tal.Existem bases bíblicas para rejeitar tudo ou parte do Natal? Qual deve ser a atitude dos cristãos neste assunto? Essa pergunta que está diante de nós.A resposta dada aqui é de que, enquanto certos elementos da tradição Natalina são essencialmente pagão, eles devem ser rejeitados (especialmente as bebidas e imoralidades, na qual o mundo se acham dona naquele período do ano), o Natal em si e muitas das tradições associadas com ele, pode ser celebrado pelos cristãos que tem uma consciência clara. Aqueles que se inclinam a rejeitar fora de mão, tal posição, podem estar interessados em saber que, durante um tempo este escritor teria concordado com eles. Um exame minucioso destes assuntos incluídos, no entanto, conduz a uma conclusão diferente.


Celebrando o aniversário de Jesus


O argumento básico e comum apresentado contra o Natal, é de que não se encontra na Bíblia. Muitos cristãos, e também grupos como as Testemunhas de Jeová, sentem de que ao não estar mencionado nas Escrituras, não é portanto para ser observado. De fato, as Testemunhas argumentam que desde que as únicas pessoas na Bíblia que celebravam o seu aniversário onde Faraó (Gn 40:20-22) e Herodes (Mt 14:6-10), Deus tem uma visão obscura a respeito de celebrações de aniversário em geral.Sendo assim, eles sentem, que Deus não aprovaria a celebração do aniversário de Jesus.Em resposta a estes argumentos, algumas coisas precisam ser ditas. Primeiro de tudo, o fato é que a Bíblia nada diz contra a prática de celebração de aniversários. O que foi mau nos casos de Faraó e Herodes, não era o fato de celebrarem seus aniversários, mas, sim as práticas más nos seus aniversários (Faraó matou o chefe dos padeiros, e Herodes matou João Batista). Segundo, o que a Bíblia não proíbe, seja explicitamente ou por implicação de alguns princípios morais, é permitido ao cristão, enquanto for para edificação (Rm 13:10; 14:1-23; I Co 6:12; 10; 23; Col 2:20-23; etc.). Portanto, desde que a Bíblia não proíbe aniversários, e eles não violarem princípios bíblicos, não há base bíblica para rejeitar aniversários. Pelo mesmo motivo, não há razões bíblicas para rejeitar completamente a idéia de celebrar o aniversário de Jesus.


25 de Dezembro


Outra objeção comum ao Natal está relacionado com a guardade 25 de dezembro como sendo o aniversário de Cristo. Freqüentemente instam que Cristo não podia ter nascido no dia 25 de dezembro (geralmente porque os pastores não teriam seus rebanhos nos campos de noite naquele mês), portanto, no dia 25 de dezembro, não podia ter sido seu aniversário. Como se isso não bastasse é também apontado de que 25 de dezembro era a data de um festival no Império Romano no quarto século, quando o Natal era largamente celebrado nesse dia.É verdade que parece não haver evidência como sendo o aniversário de Cristo nessa data.Por outro lado, tem sido demonstrado que tal data não é impossível, como é suposto normalmente.Contudo, pode ser admitido de que é altamente improvável que Cristo realmente tenha nascido em dezembro 25.Este fato invalida o Natal? Realmente, não. Não é essencial para a celebração de aniversário de alguém, que seja comemorado na mesma data do seu nascimento. Os americanos comemoram os aniversários de Washington e Lincoln na terceira Segunda-feira de Fevereiro todos os anos, ainda que o aniversário de Lincoln era no dia 14 de Fevereiro e o de Washington, 22 de Fevereiro. Se tivesse certeza de que Cristo realmente nasceu digamos, em 30 de abril, deveríamos então celebrar o Natal naquele dia? Enquanto que não haveria nada de errado com tal mudança, não seria necessário. O propósito é o que importa, não a atual data.Mas, e com respeito ao fato de ser 25 de dezembro a data de um festival pagão? Isto não prova que o Natal é pagão? Não, não o prova. Em vez, prova que o Natal foi estabelecido como um rival da celebração do festival pagão. Isto é, o que os cristãos fizeram era como dizer, “Antes do que celebrar em imoralidade o nascimento de Ucithra, um falso deus que nunca nasceu realmente, e que não pode lhe salvar, celebremos com alegre justiça o nascimento de Jesus, o verdadeiro Deus encarnado que é o Salvador do mundo.”Algumas vezes, se insta a que se tome um festival pagão tentando “cristianizá-lo” é insensatez. No entanto, Deus mesmo fez exatamente isso no Antigo Testamento. A evidência histórica nos mostra conclusivamente, que algumas festas dadas a Israel por Deus através de Moisés eram originalmente pagãs, os festivais agriculturais, os quais eram cheios de práticas e imagens idólatras.O que Deus fez com efeito, era estabelecer festividades os quais tomariam o lugar dos festivais pagãos, sem adotar nada da idolatria e imoralidade associado com ela.Poderia dar a impressão, então, que em princípio nada há de mal em fazê-lo, se tratando do Natal.


Santa Claus (Papai Noel)


Provavelmente a coisa que mais incomoda aos cristãos sobre o Natal mais do que qualquer coisa, é a tradição do Papai Noel. As objeções para esta tradição inclui o seguinte: [1] Papai Noel é uma figura mística incluído com atributos divinos, incluindo onisciência e onipotência; [2] quando as crianças aprendem que Papai Noel não é real, eles perdem a fé nas palavras dos seus pais e em seres sobrenaturais; [3] Papai Noel distrai a atenção de Cristo; [4] a história de Papai Noel ensina as crianças a serem materialistas. Em face a tais objeções convincentes, pode-se dizer algo de bom do Papai Noel.Antes de examinar cada uma destas objeções, deve se notar que, o Natal pode ser celebrado sem o Papai Noel. Retire Papai Noel do Natal e o Natal permanece intacto. Retire Cristo do Natal, no entanto, e tudo que sobre é uma festa pagã. Sejam quais forem nossas diferenças individuais de como tratar o assunto de Papai Noel com as nossas crianças, como Cristãos nós podemos concordar com este tanto.1.) Não existe dúvida alguma de que Papai Noel na sua presente forma, é um mito, ou conto de fada. No entanto, houve realmente um Papai Noel o nome “Santa Claus” é uma forma anglosaxona do Holandês, Sinter Klaas, que por sua vez significava “São Nicolau”.Nicolau foi um bispo cristão, no quarto centenário, sobre quem pouco sabemos por certo. Ele aparentemente, assistia ao Concílio de Nicéia no AD. 325, e uma forte tradição sugere que ele demonstrava uma singular bondade para com as crianças. Enquanto que o velho vestido de vermelho puxando um trenó conduzido por veado voador é um mito, a história de um velho amante de crianças que lhes trouxe presentes, provavelmente não é - e em muitos países, é só isso que “Santa Claus” é.Deve-se admitir que contar às crianças que Papai Noel pode vê-los em todo tempo, e de que ele sabe se eles foram bons ou maus, etc... está errado. Também é verdade que os pais não deviam contar a seus filhos a história de Papai Noel como se fosse uma verdade literal. Contudo, as crianças com menos de sete ou oito anos, podem brincar de “fazer de conta” e tirar disso divertimento como se elas pensa-se que é real. De fato, a essa idade elas estão aprendendo a diferença entre o faz de conta e a realidade. Crianças mais jovens ficarão fascinadas pelos presentes que são descobertos na manhã de Natal, debaixo de uma árvore a qual lhes foi dito que são do “Papai Noel”, porém, eles não tirarão conclusões sobre a realidade de Papai Noel por meio destas descobertas.2.) Quando as crianças aprenderem que Papai Noel não é real, poderá perturbá-los um pouco, somente se os pais lhes disseram que ele realmente existe e que ele faz tudo que se pretendia dele. É por isso que deve-se dizer às crianças que Papai Noel é faz de conta, tão logo elas tenham idade suficiente para fazer perguntas a respeito da realidade.Antes de ser uma pedra de tropeço para acreditar no sobrenatural, ele pode ser um trampolim. Diga às crianças que enquanto Papai Noel é uma faz de conta, Deus e Jesus não são. Diga-lhes que, enquanto Papai Noel só pode trazer coisas que os pais podem comprar ou fazer, Jesus pode lhes dar coisas que ninguém pode – um amigo que sempre está com eles, perdão para as coisas más que eles fazem, vida num lugar maravilhoso com Deus para sempre, etc.3.) Siga as sugestões acima e não mais será Papai Noel um motivo para distraí-los de Cristo. Diga a seus filhos porque Papai Noel dá presentes, e porque Deus nos deu o presente mais maravilhoso, Cristo.4.) Pelo contrário, a história de Papai Noel é melhor contada quando é usada para encorajar as crianças a ser abnegadas e generosas.


Árvores de Natal


Um dos poucos elementos sobre a celebração tradicional do Natal, dos que se opõe a isso, afirmam o que diz na Escritura sobre árvores de Natal. Especificamente pensa-se que em Jeremias 10:2-4 Deus explicitamente condenava árvores de Natal: “Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das nações, nem vos espanteis com os sinais dos céus, embora com eles se atemorizem as nações. Porque os costumes dos povos são vaidade; cortam do bosque um madeiro, e um artífice o lavra com o cinzel.”Certamente há uma semelhança entre a coisa descrita em Jeremias 10, e a árvore de Natal. Semelhança, no entanto, não é igual a identidade. O que Jeremias descreveu era um ídolo – uma representação de um falso deus – como o verso seguinte mostra: “Como o espantalho num pepinal, não podem falar; necessitam de que os levem, pois não podem andar. Não tenhais receio deles; não podem fazer o mal, nem podem fazer o bem.” (v.5)A passagem paralela em Isaías 40:18-20 esclarece que o tipo de coisa que Jeremias 10 tem em mente, é na verdade um objeto de adoração: “Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil desde a alma até o corpo; será como quando desmaia o doente. O resto das árvores da sua floresta será tão pouco que um menino as poderá contar. Naquele dia os restantes de Israel, e os que tiverem escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu, mas se estribarão lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel.” (Is 10:18-20)Assim, a semelhança é meramente superficial. A árvore de Natal não se origina de adoração pagã de árvores (o qual foi praticada), porém, de dois símbolos explicitamente cristãos, do Ocidente da Alemanha Medieval. A Enciclopédia Britânica explica o seguinte:A moderna árvore de Natal, em hora, se originou na Alemanha Ocidental. O principal esteio de uma peça medieval sobre Adão e Eva, era uma árvore de pinheiro pendurada com maças (Árvore do Paraíso) representando o jardim do Éden. Os alemães montaram uma “árvore do Paraíso” nos seus lares no dia 24 de dezembro, a festa religiosa de Adão e Eva. Eles penduravam bolinhos delgados (simbolizando a hóstia, o sinal cristão de redenção); as hóstias eventualmente se transformaram em biscoitos de vários formatos. Velas, também, eram com freqüência acrescentadas como símbolo de Cristo. No mesmo quarto, durante as festividades de Natal, estava a pirâmide Natalina, uma construção piramidal feito de madeira com prateleiras para colocar figuras de Natal, decorados com sempre-verdes, velas e uma estrela. Lá pelo 16º século a pirâmide de Natal e a árvore do Paraíso tinham desaparecido, se transformando em árvore de Natal.Mais uma vez, não há nada essencial sobre a árvore de Natal para celebrar o Natal. Como o mito moderno de Papai Noel, é uma tradição relativamente recente; as pessoas celebravam o Natal durante séculos sem a árvore e sem o semi-divino residente do Polo Norte.O que é essencial ao Natal é Cristo. No entanto, isso não quer dizer que devemos jogar Papai Noel e a árvore fora de vez. Neste assunto temos liberdade cristã para adotar estas tradições e usá-los para ensinar os nossos filhos sobre Cristo, ou para celebrar o nascimento de Cristo, sem elas.Nesse caso, não há nenhuma obrigação para celebrar seu aniversário também, desde que não é ordenado para nós na Escritura.Todavia, seria estranho de fato, se alguém que foi salvo pelo filho de Deus, não se regozijar-se em pensar no dia que Sua encarnação manifestou-se pela primeira vez ao mundo naquela noite santa.


Curiosidades: A frase "Feliz Natal" em várias línguas


albanês - Gezur Krislinjden

alemão - Frohe Weihnachten

armênio - Shenoraavor Nor Dari yev Pari gaghand

basco - Zorionak

catalão - Bon Nadal

coreano - Chuk Sung Tan

croata - Sretan Božic

castelhano - Feliz Navidad ou Felices Pascuas

esperanto - Gajan Kristnaskon

finlandês - Hyvää joulua

francês - Joyeux Noël

inglês - Merry Christmas ou Happy Christmas

italiano - Buon Natale

japonês - Merii Kurisumasu (adaptação de Merry Christmas)

mandarim - Kung His Hsin Nien

neerlandês - Prettig Kerstfeest

romeno - Sarbatori Fericite

russo - S prazdnikom Rozdestva Hristova

sueco - God Jul

ucraniano - Srozhdestvom Kristovym







O Bispo: A história revelada de Edir Macedo


Por: Prof. João Flávio Martinez


Um comentário sem censuras

O livro, como obra de literatura, é muito bem escrito e elaborado. Com certeza, os jornalistas Douglas Tavolaro e a Christina Lemos foram excelentes biógrafos, mas do ponto de vista da história engendrada pelos poderosos. Agora, como uma obra fidedigna e imparcial, a leitura que faço é outra. O livro não reporta aos fatos elucidativos e nem faz uma crítica mais abrangente focando desmascarar os imbróglios envolvendo a figura de Edir Macedo. A propósito, na minha cosmovisão, o livro mostra a derrocada jornalística e a decadência da imprensa brasileira que publica sempre o que interessa e o que lucra mais (ou paga mais). Usando as próprias palavras de Macedo – “A mídia manipula a verdade...”

O Livro em si

Diz um dos autores do livro: “O que me incomodava era a possibilidade de não traduzirmos com justiça a dimensão real do biografado... Essas questões ganharam ainda maior dimensão porque nós, os autores, Douglas Tavolaro, diretor de Jornalismo, e Christina Lemos, repórter especial em Brasília, somos funcionários da Record. Em português claro: Edir Macedo é o nosso patrão. Como ter isenção para contar a vida de quem paga nosso salário?” (pgs, 14, 15).Essa questão é fácil de responder, não houve isenção. Nas 276 páginas do livro não foram respondidas nem uma questão de relevância sobre a vida do biografado, como: Qual a fonte dos 45 milhões de dólares usados na compra da Rede Record? Por que a Rede Record está no nome do bispo Macedo e não no nome da IURD? Como é o sistema de arrecadação dos bispos e a sua premiação por desempenho? Quais os verdadeiros números declarados a Receita Federal? Na questão teológica faltou responder: O que os demais evangélicos pensam da IURD? Como os teólogos reformados vêem a teologia pregada pelo bispo? Quais as implicações e o impacto sociológico nas denominações devido ao estilo do evangelho impetrado pela IURD? A verdade é que há muitas lacunas não preenchidas no livro. A Obra serviu mais pra endeusar a figura de Edir Macedo do que para retratar os fatos da vida dele!

Questões polêmicas

As denúncias e a absolvição do bispo

O bispo é muito contraditório mesmo. Primeiro ele elogia a justiça que o inocentou e depois denuncia que a justiça brasileira só vale pra alguns (Cf. pgs. 181-187 e 226). O bispo deveria se lembrar que em nosso país, lamentavelmente, crimes de colarinho branco ainda não dá cadeia. Paulo Maluf, Collor de Melo, Zé Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares, Paiva Netto e muitos outros continuam em liberdade, e apesar de tantas denúncias foram inocentados pela justiça. Poucas pessoas acreditarem que eles sejam realmente inocentes, mas a nossa cega justiça deu-lhes sua liberdade!O jornalista Luís Nassif, em 21 de junho de 1991, fala como um profeta: “O bispo Edir Macedo que não perca a esperança, esta grande virtude cristã. Se tiver fé terminará sua fase de provação e poderá finalmente obter o reconhecimento humano e gozar sem problemas legais os bilhões que confiscou de seus crentes” (Jornal Folha de São Paulo – 21/06/91)

O Dinheiro usado na compra da Rede Record

Claro, o bispo se orgulha de ter sido amplamente investigado e nada terem contra ele hoje, mas quando indagado de onde veio o dinheiro para a compra da Rede Record que está em seu nome, ele desconversa: “Até hoje não sei como fizemos" (cf. pg. 154).Apesar do bispo não saber como foi feito, o pastor Carlos Magno nos revela os bastidores:“Carlos Magno de Miranda (que administrou a IURD em São Paulo), que rompeu com Edir Macedo, deu a sua versão acerca do crescimento da igreja e de onde vinha o dinheiro... Oito passageiros, líderes da IURD, embarcaram para Colômbia em um jato fretado... Eu estava entre eles... Durante todo o primeiro dia na Colômbia, esperamos no hotel o mensageiro que traria os dólares. O mensageiro só fez contato no dia seguinte, quando entregou uma pasta com US$ 450 mil dólares. As mulheres trouxeram o dinheiro nas calcinhas...” (Adaptado do Jornal da Tarde de 05/04/1991)“... Parte do dinheiro US$ 45 milhões de dólares foi trazida da Colômbia; que outra parte foi levantada numa campanha entre os fiéis denominada ‘sacrifício de Isaque’, na qual todos os pastores, obreiros e fiéis doaram carros, jóias e outros bens – só o bispo não doou nada, denunciou Carlos Magno, embora ele na época tivesse vários patrimônios..."(Adaptado do Jornal da Tarde de 08/04/1991).Não quero entrar no mérito das mágoas do pastor Carlos Magno, mas o que percebemos é que a IURD pagou pela Rede Record (pelo menos a maior parte), mas não recebeu e a emissora passou as mãos de Edir Macedo. Ainda que Edir tenha conseguido fazer isso de maneira legal, achando alguma brecha na furada Lei brasileira, o fato é que a emissora foi comprada com o sacrifício do povo da IURD. Hoje o bispo se orgulha de dizer que a igreja é apenas um cliente da emissora e nada mais– “A IURD nada mais é que um dos clientes da Record...” (Cf. 215).Outra história que me chama a atenção é o dinheiro que veio da Colômbia. Se foi dinheiro de ofertas, pra que as mulheres da Igreja tiveram que trazê-lo em suas calcinhas? Por que a transação não foi feita pelos meios bancários? Essas questões deveriam ter sido elucidadas na Biografia do bispo, mas os jornalistas da Rede Record preferiram omitir questões desse nível da biografia, que segundo eles é imparcial! Quanto a usar roupas íntimas pra carregar dinheiro, deve ser por isso que hoje o Lula e o Edir são tão amigos – é o dinheiro da calcinha aliado com o dinheiro da cueca – isso é uma piada! Quando consultado das entradas e do dinheiro que movimenta a IURD, ele desconversa novamente – “Não sei de cabeça. Ainda assim não seria bom dizer. São informações de circulação interna” (cf. pg. 212). Como informações internas? Dinheiro público tem ou teria de ter suas contas prestadas a todos. As igrejas evangélicas, de maneira geral, expõem seus balanços publicamente e seus membros sabem a onde o dinheiro é gasto. Espero que pelo menos a Receita Federal saiba!O bispo podia fazer um “sacrifício” de amor e passar a Rede Record para o nome da IURD – afinal, foi ele mesmo quem disse: “A Rede Record é de todo o povo da IURD...” (Jornal Diário da Região de Rio Preto, 10/12/90).

O ódio pela Rede Globo

Macedo não esconde o ódio que sente das organizações Globo – “Mas a instituição Globo faz um mal tremendo para o Brasil” (cf. pg. 233). Mas se a Globo faz mal para o Brasil, por que a Rede Record (a emissora do bispo) procura imitar a qualquer custo a Rede Globo? O bispo tenta responder essa questão: “Essa é a estratégia. Utilizar o que consideramos incompatível à nossa fé para mostrar um outro caminho à sociedade” O bispo oferece através da Record o mesmo que a Globo: prostituição, promiscuidade, nudez, sexo explicito, violência, mortes... Enfim, a Rede Record também faz muito mal para o Brasil. A Rede Globo se equivocou nos ataques destilados a IURD na década de 90. Ela colocou no mesmo patamar todas as denominações protestantes e nivelou por baixo – esse foi um erro fatal! Óbvio, a maioria dos protestantes ficou do lado da IURD e se viram vingados de décadas de humilhação impetrada pela família Marinho. Se a Globo tivesse a sensibilidade de criticar a IURD e o bispo, mas preservar a religiosidade do protestantismo, provavelmente, teria mais sucesso. A mini-série “Decadência” foi a gota d’água – jogar uma peça íntima feminina sobre a Bíblia foi de uma infelicidade pior do que chutar a santa! O que a IURD precisava para crescer e aparecer a Globo deu de sobra!

O Bispo armado

“... Temeroso de violência e das ameaças sofridas por religiosos inimigos, o bispo decidiu usar arma. Passou a andar com um revólver calibre 38, que muitas vezes, permanecia escondido no púlpito enquanto pregava no altar” (Cf. pg. 121).Eu queria saber quem deveriam ser os “líderes religiosos inimigos do bispo” que queriam tirar-lhe a vida. No livro, o inimigo de Macedo mais visível era o seu cunhado RR Soares – Será que o missionário queria tirar a vida do bispo? (Cf. pg. 115) Eu creio que não. Ou será que eram os macumbeiros que não estavam suportando a concorrência desleal? são essas nuances que o livro não responde. Por que o bispo, ao invés de andar armado, não denunciou para a polícia que estava sofrendo ameaças? Outra coisa, como pode um homem que prega o Salmo 91 e acredita na proteção Divina, andar e pregar armado? Isso por si só já desqualifica o bispo Macedo como um pastor evangélico (I Tm 3), além de ser um absurdo e um mau exemplo - Hoje o bispo não anda mais armado, ele tem escolta armada 24 horas. (Cf. pg. 20).

O aborto

“Sou a favor do direito de escolha da mulher. Sou a favor do aborto, sim. A Bíblia também é.”(cf. 223)A Bíblia não fala nada da possibilidade de uma mulher optar pelo aborto. Somente na mente fértil do bispo Macedo é que existe essa interpretação! Cabe a ele explicar, do alto da sua sapiência teológica, qual parte da Bíblia pode ser utilizada para justificar o aborto. Em uma contextualização bíblica, podemos concluir que o ato de defender o aborto coloca a IURD como uma denominação religiosa apóstata, com requinte lesivo que se equipara até mesmo a eugenia defendida por Hitler!

Conclusão

Poderia fazer muitas outras críticas envolvendo essa obra biográfica, mas o espaço aqui não se faz propício. Escrever esta crítica não foi fácil. Muitos no meio evangélico acham o bispo Macedo um homem que serve a Deus, esses usam como evidência o crescimento da IURD e o exorcismo de demônios praticado pelo bispo. É bom lembrarmos a essas pessoas que várias facções não cristãs têm crescido e isso não faz delas obras cristocêntricas. Quanto ao exorcismo de demônio, Jesus Cristo mesmo quem disse: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23).A trajetória desconhecida de Edir Macedo continuará com muitos fatos encobertos, pois a biografia que foi escrita não teve a intenção de mostrar realmente quem é esse líder religioso – Talvez um dia saibamos toda a verdade, mas o que já está explicitado é mais que suficiente pra nos afastarmos desse tipo de movimento religioso!Que possamos viver uma vida atenta aos fatos pra não sermos enganados.

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Referência:Livro "O Bispo"; D. Tavolaro e C. Lemos; Editora Larousse.

O movimento de renovação católica carismática é antibíblico ou não?



De vez em quando, alguns irmãos ficam em dúvida se o movimento de renovação católica carismática é antibíblico ou não. Porém, ele é antibíblico por pelo menos quatro razões: o mariocentrismo, a idolatria, a duplicidade e a proposta ecumênica.

Jesus afirmou que o Espírito da Verdade testificaria Dele (Jo 15.26) e o glorificaria (Jo 16.13-14). Jesus afirmou e a Bíblia declara que Ele é o único mediador entre Deus e os homens (Jo 14.6; At 4.10-12; 1Tm 2.5). Entretanto, o movimento de renovação carismática é mariocêntrico. Maria é o centro da sua fé. Ela é glorificada. Eles louvam e oram a Maria, e afirmam que ela é quem os batiza no Espírito e os leva à plenitude de Deus.

Em seu livro Sereis batizados no Espírito Santo, o padre jesuíta Harold Rahn diz que Maria é “a madrinha do batismo no Espírito Santo” e a “esposa do Espírito, que melhor que ninguém nos pode obter as suas graças e a renovação incessante do Pentecostes para todos os membros do seu filho”. Essas afirmações colidem frontalmente com as Sagradas Escrituras. É Jesus que nos concede a plenitude do Espírito. Ele mesmo afirmou isso a seus discípulos (Jo 14.16-17; 16.7). Quanto à declaração de que Maria seria “esposa do Espírito”, Jesus afirmou em Marcos 12.24-25 aos saduceus que no reino espiritual nem se casam nem se dão em casamento, e que os saduceus erravam por não conhecer as Escrituras. Com a idéia de “esposa do Espírito”, se quer colocar Maria no mesmo patamar divino, como merecedora de adoração e provedora das graças divinas, mas essa afirmação é espúria e Deus afirma que a sua glória Ele não dará a outro (Is 42.8).

O Espírito Santo não glorifica Maria ou santos. Ele glorifica a Cristo, porque Ele é Deus. Não existe essa história de viver uma fé onde Cristo e Maria são o centro. Primeiro, porque a Bíblia diz que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24); e segundo, porque Cristo é Deus e Maria não é, e só Deus deve ser glorificado.

O aspecto idolátrico também não pode ser esquecido. Culto a santos e ídolos é comum entre grupos carismáticos, e isso é antibíblico. Ninguém pode venerar imagens e ser cheio do Espírito Santo (2Co 6.16-17). E o que dizer da duplicidade? A Bíblia ensina que o Espírito de Deus veio para santificar. No entanto, no movimento carismático, que se diz abençoado pelo Santo Espírito, o pecado é tolerado. As pessoas podem continuar bebendo, fumando e participando de shows mundanos, ao mesmo tempo que dizem buscar a plenitude do Espírito. Isso porque eles simplesmente acham que nada disso interfere na vida espiritual do cristão, mas não é isso que a Bíblia diz (2Co 6.14).

Não há sombra de dúvida: o movimento carismático é antibíblico.
Fonte:
Mensageiro do Paz
Ano 77 - nº 1471
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